Volkswacht Bodensee - Trump ficaria 'feliz' de trabalhar com democratas em plano de saúde se 'shutdown' acabar

Trump ficaria 'feliz' de trabalhar com democratas em plano de saúde se 'shutdown' acabar
Trump ficaria 'feliz' de trabalhar com democratas em plano de saúde se 'shutdown' acabar / foto: © AFP

Trump ficaria 'feliz' de trabalhar com democratas em plano de saúde se 'shutdown' acabar

O presidente Donald Trump disse que ficaria "feliz" de negociar um acordo sobre programas de saúde com os democratas, mas pediu primeiro o fim da paralisação do governo federal, que entrou em sua segunda semana de fechamento, conhecido como "shutdown".

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Com o governo americano sem dinheiro desde a quarta-feira passada, os democratas do Senado bloquearam pela quinta vez um projeto de lei de financiamento temporário aprovado pela Câmara dos Representantes na noite desta segunda-feira (6).

"Fico feliz de trabalhar com os democratas em suas políticas de saúde fracassadas ou qualquer outra coisa, mas eles devem primeiro permitir que o governo reabra", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

Para resolver a crise, os republicanos propõem um prolongamento do orçamento atual até o fim de novembro, enquanto os democratas insistem em aumentar o financiamento de programas de seguro de saúde para a população mais desfavorecida, e revisar os cortes a programas de saúde aprovados como parte da "Grande e Bela Lei" orçamentária de Trump.

A postura firme adotada pelos democratas marca um raro momento de influência para o partido opositor, quando Trump e seus republicanos fiéis controlam cada ramo do governo.

Os republicanos precisam persuadir senadores democratas suficientes para alcançar o mínimo de 60 votos em 100 para superar o bloqueio.

Contudo, insistem em que, para negociar, os democratas devem ceder primeiro, e que qualquer debate sobre os serviços de saúde deve ocorrer depois que o governo for reaberto.

Trump fez eco dessa exigência em suas redes sociais nesta segunda, mas pareceu estar disposto a futuras negociações.

- O impacto do fechamento -

Os servidores federais são os mais afetados pelo fechamento. Além das ameaças de demissão do presidente, cerca de dois milhões de funcionários ficarão sem receber seus salários até que o Congresso aprove um orçamento.

O Escritório Orçamentário do Congresso, de caráter não partidário, estimou que a lei de Trump promulgada em 4 de julho deixaria 11 milhões de americanos sem cobertura de saúde, principalmente através de cortes no programa Medicaid para famílias de baixa renda.

A essa cifra se somariam quatro milhões de americanos que, segundo os democratas, perderão a cobertura de saúde no próximo ano se não forem prorrogados os subsídios do seguro de saúde Obamacare. Outros 24 milhões de americanos verão seus prêmios de saúde dobrarem.

Mais cedo, o líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, desafiou o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, a iniciar as conversas sobre os planos de saúde imediatamente.

"Se estão falando sério sobre reduzir os custos e proteger os serviços de saúde dos americanos, por que a espera?", questionou Schumer na rede X. "Os democratas estão prontos agora."

Os republicanos argumentam que os subsídios à saúde que expiram não têm nada a ver com manter o governo aberto e podem ser discutidos em separado antes do término do ano.

À medida que o fechamento avança, a Agência de Proteção Ambiental, a Nasa e os departamentos de Educação, Comércio e Trabalho vêm sendo os mais afetados pela suspensão de pessoal durante a paralisação.

Os departamentos de Transporte, Justiça, Segurança Interna e Assuntos de Veteranos estão entre os que sofreram menos efeitos negativos até agora, segundo os planos de contingência de cada organização.

O fechamento atual, iniciado há seis dias, ainda está longe de atingir o recorde do que ocorreu entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, durante o primeiro mandato de Trump, uma paralisação de 35 dias.

O presidente republicano está adotando uma estratégia de "sofrimento máximo" para a oposição, segundo alguns observadores, incluindo o congelamento de verbas federais para estados democratas.

L.Wyss--VB