
-
Máfia chinesa disputa o coração da 'fast fashion' na Itália
-
Pipas gigantes são usadas para gerar eletricidade na Irlanda
-
Enviado especial americano visitará a Rússia esta semana
-
Habitantes do coração histórico de Atenas se revoltam contra o turismo excessivo
-
Cinco anos após explosão em Beirute, presidente do Líbano promete justiça
-
Falta de água agrava a situação dos moradores de Gaza
-
Ex-diretores de Segurança de Israel pedem que Trump ajude a acabar com a guerra
-
Trump confirma que enviado especial visitará a Rússia na próxima semana
-
Descoberta de último corpo encerra resgate em mina no Chile
-
Milhares de apoiadores de Bolsonaro vão às ruas após sanções dos EUA
-
Descoberta de último corpo encerra resgate em mina no Chile (promotoria)
-
De Minaur elimina Tiafoe e vai às quartas do Masters 1000 de Toronto
-
Chelsea anuncia contratação do zagueiro holandês Jorrel Hato
-
Madison Keys vence Karolina Muchova e vai às quartas do WTA 1000 de Montreal
-
Apoiadores de Bolsonaro vão às ruas após sanções dos EUA
-
Menos minutos em campo, mas a mesma magia: Marta ainda é a 'Rainha'
-
Equipes de resgate encontram 4 corpos dos 5 trabalhadores presos em mina no Chile
-
Tarifas de Trump são 'praticamente definitivas', diz representante comercial
-
Como pagar o aluguel, crise provocada pelas operações contra imigrantes de Trump
-
Norris vence GP da Hungria de F1 em nova dobradinha da McLaren; Bortoleto é 6º
-
Opep+ aumenta produção de petróleo em 547.000 barris diários
-
Bukele rebate críticas à aprovação da reeleição ilimitada em El Salvador
-
Equipes de resgate encontram mais dois corpos em mina do Chile
-
Jubileu dos Jovens termina com grande missa celebrada pelo papa Leão XIV
-
Netanyahu expressa 'consternação' com vídeos de reféns israelenses em Gaza
-
Neozelandesa detida por viajar com criança de dois anos em uma mala
-
Assange participa de manifestação pró-Palestina em Sydney
-
Marta brilha e Brasil vence Colômbia nos pênaltis na final da Copa América feminina
-
França anuncia 'apreensão histórica' de drogas na Polinésia
-
Rybakina vence de virada e vai às quartas do WTA 1000 de Montreal
-
Enviado dos EUA se reúne em Tel Aviv com parentes de reféns do Hamas
-
Equipes encontram restos de um dos trabalhadores presos em mina no Chile
-
Khachanov elimina Ruud e vai enfrentar Michelsen nas quartas do Masters 1000 de Toronto
-
Milhares de jovens se reúnem em Roma para vigília com o papa
-
Jogadoras da WNBA pedem mais segurança após brinquedos sexuais arremessados em quadra
-
Jovem Alex Michelsen avança às quartas de final do Masters 1000 de Toronto
-
Luka Doncic assina extensão de contrato com o Los Angeles Lakers
-
EUA: tribunal proíbe discriminação durante operações contra imigrantes
-
Sandro, neto 'influenciador' de Fidel Castro que agita as redes em Cuba
-
Leclerc faz a pole do GP da Hungria de F1; Bortoleto é 7º
-
Como Bukele conseguiu acumular tanto poder em El Salvador e tão rápido?
-
Son Heung-min anuncia que deixará o Tottenham depois de 10 anos no clube
-
Enviado americano se reúne em Tel Aviv com as famílias dos reféns israelenses
-
Jovens católicos se reúnem em Roma para vigília com o papa
-
Cápsula Crew Dragon se acopla à ISS
-
Israel afirma que sem a libertação dos reféns em Gaza, a guerra 'prosseguirá'
-
'Não há nenhum plano B': governo rejeita pedido para mudar sede da COP30
-
ONGs denunciam 'golpe de misericórdia' contra democracia em El Salvador
-
Investigação revela falhas em instrumentos de helicóptero que colidiu com avião em Washington
-
Phelps e Lochte criticam desempenho dos EUA no Mundial de Natação

Gastronomia, política e sentimentos: taiwaneses constroem identidade própria
Usando folhas de bambu, Ivy Chen embrulha uma bola de arroz pegajoso. A professora de culinária ensina a receita de um bolinho de massa ao estilo taiwanês, prato distintivo da identidade desta ilha governada democraticamente.
A chef de 66 anos dedicou quase 25 deles à defender e divugar a culinária de Taiwan a turistas e locais, a quem explica como os pratos nascidos do outro lado do estreito, na China continental, se tornaram o símbolo da ilha.
A ideia de uma identidade taiwanesa é considerada por muitos eleitores antes das eleições presidenciais de sábado, que determinarão as relações entre Taipei e Pequim nos próximos quatro anos.
"Eu sou 'made in Taiwan'. Nasci aqui, cresci aqui, conheço todos os sabores autênticos, conheço as tradições", disse Chen à AFP em sua cozinha em Taipei.
Seu último livro de receitas, "Made in Taiwan", pretende demonstrar que "a culinária taiwanesa é independente" e inclui receitas como pãezinhos de porco ou tofu vendidos nos mercados noturnos da capital.
"O próprio fato de ser taiwanês é uma luta constante face às tentativas incansáveis do Estado chinês de apagar a nossa identidade", diz a co-autora Clarissa Wei na introdução do livro.
"Nossa comida não é uma subcategoria da comida chinesa, porque Taiwan não faz parte da China", acrescenta.
Sua opinião firme está alinhada ao sentimento da maioria dos moradores da ilha que se distanciam da China, embora esta reivindique Taiwan como parte de seu território.
- Taiwanesa, "sem dúvida alguma" -
Depois que o Partido Comunista assumiu o controle da China continental em 1949, no final de uma guerra civil, os nacionalistas do Kuomintang fugiram para Taiwan, causando um impasse político.
Entretanto, quando a ilha passou de uma autocracia para a democracia na década de 1990, os sentimentos da população, que tinha sido inicialmente educada na identidade chinesa, tornaram-se mais centrados em Taiwan.
As gerações mais velhas consideram a "unificação da China inevitável", considera Liu Wen, especialista em história e etnologia da Academia Sinica.
"Eles respondem passivamente às intrusões e exercícios militares chineses porque acreditam que eventualmente (...) Taiwan e a China se unirão", explica ele.
Mas este imaginário não é o mesmo entre as gerações mais jovens. Em 1992, um quarto da população da ilha identificou-se como chinesa. Atualmente este número é inferior a 3%, de acordo com pesquisas realizadas pela Universidade Nacional Chengchi de Taiwan nos últimos três anos.
A comediante Kylie Wang, que dirige um popular podcast de notícias, se descreve como taiwanesa, "sem dúvida alguma", declara. "Nasci aqui e amo meu país, por isso sou taiwanesa. Minha identidade é taiwanesa", diz a mulher de 38 anos.
- "Isso é Taiwan" -
A chef Chen, que nasceu em 1957, durante o regime autoritário dos nacionalistas, explica que este sentimento de identidade nem sempre existiu.
"A comida taiwanesa era considerada de segunda categoria e o governo nacionalista elogiava a comida chinesa como sendo adequada e de alta qualidade", explica, acrescentando sobre o esforço para fazer com que as pessoas falassem apenas mandarim em público.
A medida enfraqueceu outras línguas faladas na ilha, lar de povos indígenas e descendentes das colônias holandesas e japonesas, além de novos imigrantes procedentes da China.
O orgulho taiwanês cresceu quando a lei marcial foi suspensa e a ilha fez a transição para a democracia.
Quando Chen Shui-bian se tornou o segundo líder democraticamente eleito da ilha em 2000, pondo fim a décadas de poder do Kuomintang, seus banquetes nacionais já incluíam pratos típicos de Taiwan.
Ele explicou ao mundo que "a culinária taiwanesa é linda e deliciosa. Quando as políticas mudaram, a comida também mudou", analisou Chen.
Atualmente, a ilha de 23 milhões de habitantes defende abertamente a democracia, os valores da liberdade de expressão e de imprensa, sobretudo diante da pressão militar chinesa e às ameaças de "unificação".
As eleições locais e legislativas preenchem o frenético calendário político da ilha, que é também um dos poucos territórios da Ásia onde o casamento entre pessoas do mesmo sexo é permitido.
"Isto é Taiwan: estamos tão habituados a ter eleições, a ter a política nas nossas vidas cotidianas", diz Wang, cujo podcast "The KK Show" tem 400 mil ouvintes.
I.Stoeckli--VB