Volkswacht Bodensee - Megaoperação contra lavagem de dinheiro do crime organizado no setor de combustíveis

Megaoperação contra lavagem de dinheiro do crime organizado no setor de combustíveis
Megaoperação contra lavagem de dinheiro do crime organizado no setor de combustíveis / foto: © AFP

Megaoperação contra lavagem de dinheiro do crime organizado no setor de combustíveis

A Polícia Federal lançou, nesta quinta-feira (28), "uma das maiores operações" contra o crime organizado da história do país, para desarticular um vasto esquema de lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, indicaram as autoridades.

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A gigantesca rede de fraude e lavagem de dinheiro, na qual supostamente o Primeiro Comando da Capital (PCC), uma das maiores facções criminosas do país, teve um papel central, utilizou fintechs e cerca de 40 fundos de investimento para ocultar ativos, segundo o Governo.

É "uma das maiores operações da história contra o crime organizado, sobretudo em sua atuação no mercado legal", disse o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em uma coletiva de imprensa em Brasília. Ao todo, 1.400 agentes participam da operação no país.

O grupo havia criado uma rede que incluía toda a cadeia de combustíveis, desde a importação, produção, distribuição e comercialização até o consumidor final, "até os elos finais de ocultação e blindagem de patrimônio, via fintechs e fundos de investimento", afirmou a Receita Federal.

O esquema movimentou 52 bilhões de reais entre 2020 e 2024 em mais de 1.000 postos de combustíveis em todo o país. Além disso, controlava quatro refinarias e mais de 1.000 caminhões que transportavam combustível, geralmente adulterado.

O ministro da Economia, Fernando Haddad, referiu-se a um mecanismo "muito sofisticado" que exigiu "decifrar o caminho do dinheiro", durante a coletiva de imprensa.

- Grande mobilização -

A polícia divulgou imagens que mostram uma grande mobilização de agentes e patrulhas na Avenida Faria Lima de São Paulo, o principal centro financeiro do país.

As forças de segurança cumprem 350 mandados de busca e apreensão, entre indivíduos e empresas, em dez estados do país, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.

As investigações apontam que o esquema idealizado pela organização criminosa "obtinha elevados lucros na cadeia produtiva de combustíveis", informou a Receita Federal em nota.

Entre as práticas fraudulentas na venda de combustíveis, estava a adulteração de gasolina e uma prática conhecida como "bomba baixa", onde o volume fornecido é menor do que o indicado.

Outra prática refere-se à importação irregular de metanol. O produto que entra no Brasil "não seria entregue aos destinatários indicados nas notas fiscais. Em vez disso, seria desviado e transportado clandestinamente, com documentação fraudulenta e em desacordo com normas de segurança, colocando em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente", segundo o Ministério Público de São Paulo.

O metanol, "altamente inflamável e tóxico", seria posteriormente enviado para postos de combustível para adulterar os combustíveis, "gerando lucros bilionários", acrescentou.

A participação de centenas de empresas operadoras no esquema de fraude permitiu ocultar os produtos do crime. Até o momento, a operação prendeu cinco pessoas, apreendeu 1.500 veículos, 192 imóveis e duas embarcações, além de mais de 300 mil reais em espécie.

M.Vogt--VB