
-
Mais de 100 presos após cenas violentas em partida da Sul-Americana na Argentina
-
Aposentados na trincheira: o protesto semanal que desafia o governo de Milei
-
Libertação dos irmãos Menéndez é analisada em comissão judicial da Califórnia
-
Mudança do príncipe William lança dúvidas sobre o futuro de Buckingham
-
Sudaneses lutam para reconstruir capital devastada pela guerra
-
Exército israelense intensifica ofensiva na Cidade de Gaza
-
Chefe de inteligância nacional dos Estados Unidos anuncia cortes na agência
-
Zelensky diz que reunião com Putin será possível após garantias de segurança para a Ucrânia
-
Brigas entre torcedores no jogo Independiente-U de Chile terminam com 10 feridos e 90 detidos
-
Flamengo volta a vencer Inter (2-0) e vai às quartas da Libertadores
-
EUA envia navios de guerra para costa da Venezuela
-
Botafogo enfrenta LDU de seu ex-técnico Tiago Nunes por vaga nas quartas da Libertadores
-
Trump pede renúncia de diretora do Fed
-
PF diz que Bolsonaro planejou pedir asilo político na Argentina em 2024
-
Sob pressão de Trump, Texas aprova novo mapa eleitoral do estado
-
Messi desfalca Inter Miami nas quartas de final da Leagues Cup contra Tigres
-
PlayStation aumenta seus preços nos Estados Unidos
-
Israel mobiliza 60 mil reservistas para tomar a Cidade de Gaza
-
Vance é vaiado em visita a tropas destacadas em Washington
-
Juiz dos EUA nega divulgação de transcrições do grande júri de Epstein
-
Deputados na Argentina rejeitam veto de Milei a fundos para pessoas com deficiência; falta Senado
-
Diálogo entre governo Petro e maior grupo do tráfico na Colômbia avança no Catar
-
EUA intensifica ataques contra TPI em relação a Israel
-
Israel tem 'trabalho' pela frente para conquistar juventude ocidental, diz Netanyahu
-
1.391 jogos: Fábio, o goleiro que parou o tempo
-
Israel mobiliza 60.000 reservistas para tomar a Cidade de Gaza
-
Rubio anuncia novas sanções dos EUA a juízes e promotores do TPI
-
Igreja sueca chega a nova localização, aonde foi trasladada para evitar desabamento
-
Rússia diz que deve participar do diálogo sobre garantias de segurança à Ucrânia
-
'Evento de violência extrema', afirma presidente do Olympique sobre caso Rabiot
-
Polícia francesa investiga morte transmitida ao vivo
-
Rapper do grupo Kneecap comparece a tribunal em Londres por suposto apoio a Hezbollah
-
Israel aprova importante plano de colonização na Cisjordânia ocupada
-
Europa registra recorde de surtos de doenças transmitidas por mosquitos
-
Jogo 'Hell Is Us' busca 'romper' os códigos das superproduções
-
Viver com ruído, um problema de saúde frequentemente ignorado
-
Índia alcança 'marco' em energia limpa, mas carvão segue dominando
-
Comandantes militares da Otan se reúnem para falar sobre garantias de segurança na Ucrânia
-
Tatuagens faciais hindus, uma tradição que se perde nas cidades do Paquistão
-
Noel Gallagher elogia o irmão Liam em entrevista sobre o retorno do Oasis
-
Japão recebe líderes africanos para estabelecer posição como alternativa à China
-
Israel aprova convocação de 60.000 reservistas para tomar a Cidade de Gaza
-
São Paulo vence Atlético Nacional nos pênaltis e vai às quartas da Libertadores
-
Austrália critica Israel por revogação de vistos de diplomatas
-
Trump pede investigação de museus americanos
-
Militares de EUA e Europa conversam em Washington sobre paz na Ucrânia
-
Casa Branca abre conta no TikTok, que permanece em limbo legal nos EUA
-
Vélez elimina Fortaleza e vai às quartas da Libertadores
-
Justiça da Colômbia ordena libertação de Uribe enquanto decide sobre condenação
-
Militares dos EUA e Europa conversam em Washington sobre paz na Ucrânia

Política e crime, as ligações perigosas por trás do assassinato de Marielle Franco
A prisão recente dos supostos autores intelectuais do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), um crime que chocou o mundo há seis anos, expôs como nunca antes os vínculos escusos entre a política e o crime organizado no Rio de Janeiro.
O relatório do inquérito da Polícia Federal, um longo expediente de 500 páginas, está repleto de revelações que parecem saídas de um romance sobre a máfia.
O texto descreve minuciosamente a operação das milícias, que semeiam o terror em comunidades do Rio, com a cumplicidade de policiais e políticos de alto escalão.
Foi contra estes grupos criminosos que Marielle Franco ergueu a voz antes de ser morta a tiros em seu carro, em 14 de março de 2018. A vereadora, originária da Maré, comunidade do subúrbio carioca, foi assassinada aos 38 anos, juntamente com seu motorista, Anderson Gomes.
"É uma investigação fundamental para entendermos o tamanho do buraco em que está o Rio", escreveu na plataforma X Marcelo Freixo, ex-deputado federal (PSB-RJ) e presidente da Embratur.
Marielle Franco considerava Freixo, que foi seu companheiro de partido, seu mentor. Ela foi sua assistente parlamentar quando ele enfrentou frontalmente as milícias.
"As investigações da Polícia Federal sobre o assassinato da Marielle e do Anderson mostram que as milícias permanecem com uma forte influência nos altos escalões das instituições policiais do Rio de Janeiro", explica à AFP Carolina Grillo, coordenadora do Grupo de Estudos sobre Novos Ilegalismos (Geni), da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"E que o poder público tem uma participação ativa no favorecimento e atuação das milícias", acrescenta.
- Promessa de campanha de Lula -
Presos no domingo, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão são velhos conhecidos da política carioca. Os investigadores os vinculam diretamente às milícias.
O primeiro foi deputado estadual e, em seguida, se tornou conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RJ); o segundo foi vereador e atualmente é deputado federal, expulso de seu antigo partido, o União Brasil, após a prisão.
O terceiro suspeito preso, Rivaldo Barbosa, é ninguém menos que ex-chefe da Polícia Civil do Rio, instituição inicialmente responsável pelas investigações, que desde o ano passado passaram às mãos da Polícia Federal.
Segundo os investigadores, os irmãos Brazão teriam contratado os serviços de Barbosa para obter "garantia prévia da impunidade" sobre o caso.
Nomeado para o cargo na véspera do crime, Barbosa teria cuidado para que a investigação começasse "natimorta", ocultando as evidências.
Os três suspeitos e seus advogados refutam as acusações.
A prisão de Barbosa foi um choque para os familiares de Marielle Franco, que se sentiram traídos por quem os consolou logo após o crime.
"Ele falou que era questão de honra elucidar esse caso", disse Marinete da Silva, mãe de Marielle, à GloboNews.
As investigações patinaram durante cinco anos, até a volta ao poder, em janeiro de 2023, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que fez da elucidação do caso uma promessa de campanha.
- Questões territoriais -
Há cerca de 40 anos, as milícias semeiam o terror no Rio. Fundadas por ex-policiais e outros agentes da força pública, começaram a se estabelecer em comunidades na zona oeste da cidade, onde se apresentavam como grupos de autodefesa para manter os narcotraficantes longe.
Além das "taxas de proteção", cobradas de moradores e comerciantes, estenderam a extorsão a todo tipo de serviço, como gás e internet.
Mas, sobretudo, se apoderaram de terrenos públicos para construir ilegalmente moradias e prédios comerciais, "a principal fonte de renda desses grupos", explica Carolina Grillo.
Segundo a Polícia Federal, o crime contra Marielle Franco foi encomendado porque ela "atrapalhava seus interesses".
O relatório também menciona diversos indícios de envolvimento dos irmãos Brazão "com atividades criminosas, incluindo as relacionadas com milícias e 'grilagem' de terras".
A investigação "revela a centralidade da questão fundiária" no controle que as milícias exercem nos bairros onde atuam, inclusive "em nível político", ressalta David Marques, coordenador de projetos da ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
As áreas dominadas por milícias se tornaram, assim, redutos eleitorais para políticos, como seria o caso dos Brazão.
Em 2008, quando Marcelo Freixo criou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio para investigar estas organizações com a participação ativa de sua então assistente, Marielle Franco, as milícias sofreram um duro golpe.
Dezenas de pessoas foram presas, entre elas representantes locais eleitos.
Mas, estes grupos criminosos "se reformaram rapidamente e cresceram bastante", afirma Carolina Grillo.
Para o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, as revelações do inquérito representam uma oportunidade para "repensar" as políticas de segurança, retomando "o controle dos territórios".
"Isso significa levar cidadania, politica publica, porque é nesse vácuo que as milicias entram, é nisso que elas crescem e impõe terror ao povo brasileiro", disse o ministro na terça-feira, durante homenagem a Marielle Franco na Câmara dos Deputados.
L.Wyss--VB