Volkswacht Bodensee - Ataque contra caravana de Noboa foi 'tentativa de homicídio', diz ministro no Equador

Ataque contra caravana de Noboa foi 'tentativa de homicídio', diz ministro no Equador
Ataque contra caravana de Noboa foi 'tentativa de homicídio', diz ministro no Equador / foto: © Ecuadorian Presidency/AFP

Ataque contra caravana de Noboa foi 'tentativa de homicídio', diz ministro no Equador

O ataque contra a caravana presidencial foi uma tentativa de homicídio que tinha como alvo o chefe de Estado Daniel Noboa, afirmou nesta quarta-feira (8) o governo do Equador.

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Na terça-feira, cerca de 500 pessoas lançaram pedras e pedaços de pau contra a caravana de Noboa na localidade de El Tambo, na província andina de Cañar, relatou a ministra de Meio Ambiente e Energia, Inés Manzano. "Há marcas de tiro no carro do presidente", disse a funcionária, uma informação ainda não confirmada pelos investigadores.

Cinco pessoas foram detidas, entre elas um homem de 60 anos e uma mulher, mas foram liberadas hoje, após a Justiça considerar a medida ilegal, informou o Ministério Público.

Para Giancarlo Loffredo, ministro da Defesa, "o nível de agressão com que se atacou a caravana indica que isso foi uma clara tentativa de assassinato e um ato de terrorismo contra o primeiro mandatário", disse ele hoje ao canal Teleamazonas.

Vídeos divulgados pela Presidência mostram a cena a partir do interior de um dos veículos, quando objetos atingem os vidros e alguém grita: "Abaixem a cabeça!"

Outros vídeos, divulgados pela imprensa, mostram um grupo de manifestantes lançando pedras e pedaços de pau no momento em que a caravana segue por uma via com obstáculos em direção à localidade de Cañar.

- 'Acusações infundadas' -

À frente dos protestos, a maior organização de povos originários do país (Conaie) criticou as denúncias do governo. "Rejeitamos as acusações infundadas de magnicídio ou tentativa de assassinato", expressou o grupo, segundo o qual a caravana "entrou em uma zona de resistência e foi apedrejada".

"Esse acontecimento, longe de ser um acidente, constitui uma provocação do governo", aos manifestantes, acrescentou a Conaie.

Os protestos promovidos pela Conaie começaram em 22 de setembro, em várias províncias, contra o corte do subsídio ao diesel, que impacta particularmente as comunidades indígenas e de camponeses. A mesma medida resultou em mobilizações indígenas violentas nos governos de Lenín Moreno e Guillermo Lasso, em 2019 e 2022, respectivamente.

A Conaie solicitou uma "investigação independente e imparcial", com a participação de órgãos internacionais de direitos humanos, para determinar o que ocorreu com a caravana presidencial.

O governo investiga "se as medidas de segurança necessárias foram tomadas" ou "se houve algum ato de irresponsabilidade ou negligência" dentro do aparato de segurança presidencial, disse o ministro do Interior, John Reimberg.

- Prisões ilegais -

No poder desde 2023, Noboa ia "entregar obras no território" quando foi atacado, relatou o ministro Loffredo. Após o incidente, ele inaugurou um sistema de esgoto e uma estação de tratamento de água em Cañar.

O governo apresentou uma denúncia por "tentativa de homicídio" contra Noboa, e as cinco pessoas detidas deveriam ser interrogadas pelo crime de terrorismo, punido com até 30 anos de prisão, segundo a ministra Inés Manzano.

Contudo, uma juíza de El Tambo ordenou a libertação dos cinco, por considerar que sua detenção se enquadrava em ilegalidades como mantê-los incomunicáveis. O Ministério Público não apresentou acusações.

Noboa, que trava uma guerra contra o crime organizado, assegura que entre os manifestantes há infiltrados de máfias como a gangue venezuelana Tren de Aragua, embora não tenha apresentado provas.

Os povos originários representam quase 8% dos 17 milhões de habitantes do Equador, segundo o último censo. Líderes afirmam que esse número chega a 25%.

A Conaie liderou protestos sociais que derrubaram três presidentes entre 1997 e 2005.

L.Stucki--VB