Volkswacht Bodensee - Trump anuncia acordo entre Israel e Hamas para libertar reféns e recuar tropas em Gaza

Trump anuncia acordo entre Israel e Hamas para libertar reféns e recuar tropas em Gaza

Trump anuncia acordo entre Israel e Hamas para libertar reféns e recuar tropas em Gaza

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (8) que Israel e o Hamas concordaram com a libertação de todos os reféns em Gaza e com a retirada das tropas israelenses para uma linha acordada dentro do território palestino, como parte de uma "primeira fase" de seu plano de paz.

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"Estou muito orgulhoso de anunciar que tanto Israel quanto o Hamas aprovaram a primeira fase do nosso plano de paz", disse Trump em sua rede social Truth Social.

"Isso significa que TODOS os reféns serão libertados muito em breve, e Israel retirará suas tropas até uma linha acordada, como os primeiros passos rumo a uma paz forte, duradoura e eterna", acrescentou.

"Com a ajuda de Deus, todos os reféns voltarão para casa", reagiu o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, que reunirá seu governo para aprovar o acordo.

O Hamas anunciou, por sua vez, que o pacto "prevê o fim da guerra" e pediu a Trump que fiscalize para que Israel cumpra sua parte.

Trump havia anunciado anteriormente que, como parte do acordo histórico — após dois anos de guerra —, viajaria neste fim de semana ao Egito para participar da assinatura do pacto.

– Uma nota manuscrita –

Em um momento dramático, jornalistas da AFP viram o secretário de Estado, Marco Rubio, interromper um evento na Casa Branca e entregar a Trump uma nota urgente sobre o progresso das negociações no Egito.

O acordo estava "muito próximo", indicava a nota manuscrita. "Precisamos que aprove um anúncio no Truth Social rapidamente para que você possa ser o primeiro a anunciar o acordo", acrescentava o bilhete.

O presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, havia informado anteriormente que, em caso de acordo, Trump estava convidado para "assistir à assinatura".

Trump disse que poderia viajar no sábado ou no domingo.

Esse acordo chegaria poucos dias após a comemoração do segundo aniversário do ataque sem precedentes do Hamas contra Israel, ocorrido em 7 de outubro de 2023.

Das 251 pessoas sequestradas naquele dia, 47 ainda permanecem em Gaza, 25 das quais morreram, segundo o Exército israelense.

O plano de paz de Trump contém 20 pontos que preveem, além de um cessar-fogo, a retirada gradual do Exército israelense de Gaza, o desarmamento do Hamas e o envio de ajuda humanitária ao devastado território palestino.

— Visita à Esplanada das Mesquitas —

Taher al Nunu, um dos dirigentes do movimento islamista palestino que participa das conversas, disse à AFP que o Hamas trocou com Israel "listas de prisioneiros a serem libertados", em referência à proposta de trocar reféns mantidos em Gaza por palestinos detidos pelas forças israelenses.

Delegações da Jihad Islâmica e da Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP) tinham previsto se unir na noite desta quarta-feira à delegação do Hamas no Egito, segundo um dirigente da Jihad Islâmica.

Altos funcionários dos Estados Unidos, do Catar e da Turquia se juntaram durante o dia às negociações, das quais também participam o enviado de Trump, Steve Witkoff, e o genro do presidente, Jared Kushner.

Duas tréguas anteriores, em novembro de 2023 e no início de 2025, permitiram o retorno de reféns ou corpos de cativos em troca de prisioneiros palestinos.

Em sua resposta ao plano de Trump, o Hamas aceitou libertar os cativos, mas exigiu o fim da ofensiva israelense e a retirada total de Israel de Gaza. O grupo não mencionou seu próprio desarmamento, ponto-chave da proposta.

Netanyahu disse que apoiava o plano, mas sublinhou que seu exército permaneceria na maior parte de Gaza e repetiu que o Hamas deveria ser desarmado.

Em meio às negociações, o ministro israelense de Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir, de extrema direita, visitou nesta quarta-feira a Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém, provocando a ira do Hamas e de vários países árabes.

O ataque do Hamas de 7 de outubro de 2023 resultou em 1.219 mortos, em sua maioria civis, segundo um balanço elaborado a partir de dados oficiais.

Em resposta, Israel lançou uma campanha militar que devastou o território palestino, provocou uma catástrofe humanitária e deixou, de acordo com o Ministério da Saúde do governo do Hamas, mais de 67.100 mortos, também em sua maioria civis.

A ONU declarou estado de fome em parte de Gaza, e investigadores independentes do organismo afirmam que Israel está cometendo um "genocídio" — algo que as mais altas autoridades israelenses rejeitam.

P.Staeheli--VB