Volkswacht Bodensee - Israel se prepara para uma nova etapa na guerra em Gaza

Israel se prepara para uma nova etapa na guerra em Gaza
Israel se prepara para uma nova etapa na guerra em Gaza / foto: © AFP

Israel se prepara para uma nova etapa na guerra em Gaza

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, convocou seu gabinete de segurança nesta terça-feira (5) para preparar uma nova fase na guerra na Faixa de Gaza, onde voltou a autorizar parcialmente o comércio do setor privado.

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A reunião do gabinete, anunciada pela imprensa, mas que não teve a organização confirmada oficialmente até o momento, coincidirá com uma sessão da ONU dedicada à questão dos reféns israelenses na Faixa de Gaza, solicitada por Israel, que deseja que o tema ocupe o "centro da agenda mundial".

"Hoje (terça-feira), acontecerá uma reunião de segurança no gabinete do primeiro-ministro", com a participação dos ministros da Defesa e de Assuntos Estratégicos e o comandante do Estado-Maior do Exército, anunciou o canal de televisão N12.

Segundo a rádio pública Kan, que citou fontes do governo sob a condição de anonimato, "Netanyahu quer que o Exército de Israel conquiste toda a Faixa de Gaza".

- "A sorte está lançada" -

Vários membros do gabinete que conversaram com o primeiro-ministro "confirmaram que ele decidiu ampliar o combate para as áreas onde os reféns podem estar retido", segundo a emissora.

"A sorte está lançada. Vamos pela conquista total da Faixa de Gaza", afirma o jornal Ma'ariv.

Em guerra contra o Hamas desde o ataque do movimento islamista palestino em seu território em 7 de outubro de 2023, o governo israelense enfrenta uma pressão crescente para encontrar uma solução para o conflito.

Netanyahu enfrenta uma pressão dupla: em Israel pela situação dos 49 reféns capturados em 7 de outubro que continuam em cativeiro, dos quais 27 teriam morrido segundo o Exército; e no restante do mundo pelo sofrimento dos mais de dois milhões de palestinos que vivem na Faixa de Gaza, devastada e ameaçada por uma "fome generalizada", segundo a ONU.

Na manhã desta terça-feira, o Cogat, um organismo do Ministério da Defesa que supervisiona os assuntos civis nos territórios palestinos, reautorizou a entrada parcial de mercadorias privadas no enclave, de forma "controlada e progressiva".

"O objetivo é aumentar o volume de ajuda que entra na Faixa de Gaza e, ao mesmo tempo, reduzir a dependência da assistência por parte da ONU e das organizações internacionais", afirmou o Cogat.

Um "número limitado de comerciantes locais" poderá enviar a Gaza "produtos alimentares básicos, alimentos para bebês, frutas e verduras e itens de higiene", explicou o organismo.

O objetivo continua sendo "adotar todas as medidas possíveis para impedir o envolvimento do Hamas no fornecimento e distribuição da ajuda", segundo o Cogat.

- Reféns -

Israel impôs um bloqueio total a Gaza no dia 2 de março e suspendeu a medida parcialmente em maio, autorizando apenas a entrada de quantidades muito limitadas, consideradas insuficientes pela ONU.

A comunidade internacional pressiona Israel para que permita um aumento da ajuda.

"Negar o acesso aos alimentos à população civil pode constituir um crime de guerra ou até mesmo um crime contra a humanidade", declarou na segunda-feira o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk.

Desde o final de maio, quando foi implementado um novo sistema de distribuição de ajuda com a Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), apoiada por Estados Unidos e Israel, pelo menos 1.373 palestinos morreram, a maioria por tiros israelenses, "quando buscavam alimentos", denunciou a ONU na semana passada.

O Hamas acusa Israel de criar deliberadamente uma situação de "caos" e de "organizar a fome".

O ataque de 7 de outubro de 2023 causou a morte, em Israel, de 1.219 pessoas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

Em Gaza, a ofensiva de resposta de Israel matou mais de 60.900 pessoas, também em sua maioria civis, segundo os números do Ministério da Saúde do território, governado pelo Hamas desde 2007. A ONU considera os dados confiáveis.

Em Israel, o debate sobre a necessidade de alcançar um acordo para que os islamistas libertem os reféns ganhou força no final da semana, após a divulgação de alguns vídeos pelo Hamas e a Jihad Islâmica que mostram dois sequestrados israelenses muito debilitados e desnutridos.

Muitos israelenses, começando pelas famílias dos reféns, exigem que a guerra termine para que os reféns possam voltar para casa.

Netanyahu "está levando Israel à ruína e os reféns à morte", acusou o Fórum de Famílias de Reféns, a principal organização de parentes dos sequestrados.

U.Maertens--VB