Volkswacht Bodensee - Suprema Corte dos EUA indefere ação do México contra fabricantes de armas

Suprema Corte dos EUA indefere ação do México contra fabricantes de armas
Suprema Corte dos EUA indefere ação do México contra fabricantes de armas / foto: © AFP/Arquivos

Suprema Corte dos EUA indefere ação do México contra fabricantes de armas

A Suprema Corte dos Estados Unidos indeferiu, nesta quinta-feira (5), uma ação do governo mexicano, que acusa fabricantes de armas americanos de terem contribuído para a violência dos cartéis do narcotráfico no México.

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Em decisão unânime, a mais alta corte dos Estados Unidos declarou que uma legislação federal, a Lei de Proteção do Comércio Legal de Armas (PLCAA), exime de responsabilidade os fabricantes de armas.

"A principal alegação do México - que os fabricantes optam por vender armas a, entre outros, conhecidos traficantes desonestos - não cumpre este requisito", disse a juíza Elena Kagan.

"A ação do México não alega de forma plausível que os fabricantes demandados tenham ajudado e instigado a venda ilegal de armas por parte dos traficantes de armas aos traficantes mexicanos", acrescentou.

A fabricante de armas Smith & Wesson e a distribuidora de armas Interstate Arms pediram o indeferimento da ação do governo mexicano, que está nos tribunais americanos desde 2021.

O México, sob pressão crescente do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para frear o narcotráfico, acusou os fabricantes de armas de cumplicidade na venda ilegal de armas porque, em sua opinião, estão a par de que alguns de seus produtos são vendidos ilegalmente para cartéis do tráfico.

Um juiz federal indeferiu o caso em 2022, argumentando que as ações judiciais do México vão de encontro à proteção da PLCAA, aprovada pelo Congresso em 2005, e que exime os fabricantes de armas americanos de responsabilidade pelo uso indevido de seus produtos.

Uma corte de apelações ressuscitou o caso, alegando uma exceção à lei, e a Smith & Wesson e a Interstate Arms recorreram à Suprema Corte.

O México afirma que entre 70% e 90% das armas recuperadas em cenas de crimes foram contrabandeadas dos Estados Unidos.

O vizinho do sul dos EUA controla estritamente a venda de armas de fogo, o que torna praticamente impossível obtê-las legalmente.

Mesmo assim, segundo dados oficiais, a violência vinculada ao narcotráfico matou mais de 480.000 pessoas no México desde que o governo mobilizou o exército para combatê-lo.

A.Zbinden--VB