Volkswacht Bodensee - Angelina Jolie: 'Não reconheço meu país'

Angelina Jolie: 'Não reconheço meu país'
Angelina Jolie: 'Não reconheço meu país' / foto: © AFP

Angelina Jolie: 'Não reconheço meu país'

A atriz americana Angelina Jolie afirmou neste domingo (21) na cidade espanhola de San Sebastián, onde apresentou no festival de cinema o filme "Couture", que não reconhece seu país. A obra concorre à Concha de Ouro.

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Questionada sobre se temia pela liberdade de expressão nos Estados Unidos, a atriz, de 50 anos e conhecida por seu compromisso com causas humanitárias, respondeu: "Amo meu país, mas neste momento não reconheço meu país".

"Qualquer coisa, em qualquer lugar, que divida ou, claro, limite as expressões e liberdades pessoais de qualquer pessoa, me parece muito perigosa", argumentou Jolie.

"Como todos vocês e todos que nos veem, estou, já sabem, vivendo tempos muito, muito difíceis", concluiu, sem mencionar diretamente ninguém.

Jolie participou pela primeira vez do Festival de San Sebastián com "Couture", da diretora francesa Alice Winocour.

No filme, ela interpreta Maxine Walker, uma diretora de cinema americana em processo de divórcio que recebe a notícia de sua doença durante a Semana de Moda de Paris e vive um romance com um colaborador, interpretado pelo ator francês Louis Garrel.

A atriz, vencedora do Oscar de melhor atriz coadjuvante em 1999 por "Garota, Interrompida", se identifica com as circunstâncias de seu personagem.

Em 2013, passou por dupla mastectomia e, dois anos depois, foi operada para retirar ovários e trompas de Falópio, para reduzir o risco genético elevado de câncer, que já matou sua mãe e avó. Jolie emocionou-se ao falar sobre isso na coletiva de imprensa.

"Pensei muito nela", disse sobre a mãe. "No filme, pensava em todos os momentos que ela viveu."

"Gostaria que ela tivesse podido falar tão abertamente quanto eu, e que as pessoas tivessem respondido com tanta bondade como vocês, sem se sentir tão sozinha. Acho que teria dito a Maxine para viver cada dia e focar na vida", concluiu.

Sobre os cânceres femininos, ressaltou que "há algo muito particular neles porque afetam como nos sentimos como mulheres".

"Por isso acho muito interessante e importante, e talvez seja uma mensagem para quem está com uma mulher que ama: compreender o modo como este filme descreve a jornada da doença", acrescentou.

S.Gantenbein--VB