
-
Mushuc Runa, o clube indígena que quebrou estigmas para brilhar na Copa Sul-Americana
-
México agradece a Trump por anúncio sobre medidas drásticas contra tráfico de armas
-
Todos os cardeais eleitores estão em Roma para conclave que escolherá novo papa
-
Celebridades têm encontro marcado no Met Gala, uma homenagem ao dandismo negro
-
Juíza que anulou ordem de prisão contra Evo Morales é presa na Bolívia
-
UE e França anunciam plano para atrair pesquisadores estrangeiros, ameaçados por políticas de Trump
-
Drusos, uma influente minoria do Oriente Médio
-
Mais de 2.000 moderadores de conteúdo da Meta serão demitidos na Espanha
-
EUA anuncia incentivo de 1.000 dólares para imigrantes que se autodeportarem
-
Flechas contra tratores: expansão menonita acende disputa na Amazônia peruana
-
'Concurso de batinas': O que o novo papa vestirá?
-
A pequena guarda indígena que vigia a floresta amazônica do Peru
-
Sean 'Diddy' Combs, o magnata do rap que pode ser condenado à prisão perpétua
-
Todos os cardeais eleitores estão em Roma para a eleição do sucessor de Francisco
-
Os 15 cardeais 'papáveis' às vésperas do conclave
-
Britânicos celebram ao lado da família real o aniversário de 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial
-
Romênia enfrenta uma escolha existencial: europeísmo ou soberania trumpista
-
Conservadores e social-democratas assinam acordo de coalizão de governo na Alemanha
-
Começa o julgamento do rapper Sean 'Diddy' Combs por acusações de tráfico sexual
-
Os 133 cardeais eleitores estão em Roma para a eleição do sucessor de Francisco
-
Origens britânicas da alta-costura são reveladas em Paris
-
Trump ordena modernização e reabertura da prisão de Alcatraz
-
Reino Unido inicia quatro dias de eventos para celebrar 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial
-
Alternativa para Alemanha apresenta recurso contra classificação como partido extremista
-
Francisco ordenou antes de morrer transformar papamóvel em clínica infantil em Gaza
-
Trump ordena modernizaçãio e reabertura da prisão de Alcatraz
-
Dos exames positivos ao retorno às quadras: as datas marcantes do 'caso Sinner'
-
Quem sucederá Francisco? Conclave define o futuro da Igreja
-
Gabinete de segurança de Israel aprova plano que inclui a 'conquista' de Gaza
-
Primeiro-ministro reeleito da Austrália tem conversa 'calorosa' com Trump
-
Trump diz que Sheinbaum rejeitou envio de tropas americanas ao México por 'medo' dos cartéis
-
Trump anuncia tarifas de 100% sobre filmes produzidos no exterior
-
Trump anuncia modernização e reabertura da prisão de Alcatraz
-
Israel ameaça Irã e huthis após ataque ao aeroporto de Tel Aviv
-
Kane, Musiala, Olise, Kompany: os destaques do título do Bayern de Munique
-
Northway Biotech lança estudos de eliminação viral, com resultados mais rápidos do que o resto da indústria
-
Nicarágua se retira da Unesco após prêmio a jornal de oposição
-
Sporting vence nos acréscimos e mantêm disputa acirrada com Benfica pelo título do Português
-
Treze trabalhadores sequestrados são encontrados mortos em mina no Peru
-
Juventus sofre para empatar na visita ao Bologna (1-1) e se mantém na zona da Champions
-
Oscar Piastri (McLaren) vence GP de Miami de Fórmula 1; Bortoleto abandona
-
Oscar Piastri (McLaren) vence GP de Miami de Fórmula 1
-
Wolfsburg demite técnico após maus resultados
-
Olympique de Marselha empata com Lille (1-1) mas segue em 2º; Lyon se afasta da Champions
-
Lewandowski volta aos treinos do Barcelona
-
Bolsonaro deixa o hospital três semanas após cirurgia
-
Trump diz que deseja ter 'quatro grandes anos'
-
Bayern é campeão alemão pela 34ª vez em sua história após empate do Leverkusen
-
Ruud vence Draper em Madri e conquista seu primeiro Masters 1000
-
Ultradireita lidera primeiro turno das presidenciais da Romênia, mostra pesquisas

Injeções de clareamento de pele causam problemas de saúde e golpes na África
Uma jovem sonhava em ter a "pele clara" e recebeu injeções por três dias seguidos na barraca de um mercado em Abidjan. Aguardou dez dias e não houve resultados. "Me enganaram", admite a youtuber, que pede para ser identificada pelo pseudônimo "Anita".
Muitas mulheres, influenciadas por um ideal de beleza da "pele clara", despigmentam a pele em alguns países da África Ocidental, principalmente com a ajuda de cremes disponíveis nos comércios, apesar de serem prejudiciais à saúde.
É "um problema de saúde pública global que requer atenção urgente", alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) em novembro.
Nos últimos anos, além das pomadas – algumas das quais envelhecem prematuramente a pele, causam espinhas ou contêm substâncias cancerígenas – surgiram ampolas e loções.
Esses líquidos, injetáveis na corrente sanguínea, são muito populares, principalmente entre as mulheres mais jovens. Prometem um efeito "mais rápido" e "uniforme", explica Marcellin Doh, presidente de um coletivo de ONGs que luta contra esta prática na Costa do Marfim.
Até agora, nem as autoridades de saúde nem a OMS parecem abordar seriamente os riscos específicos destas injeções, ao contrário dos perigos dos cremes, que estão amplamente documentados.
Com uma composição pouco transparente, alimentam uma rede de golpes, como demonstra um produto adquirido pela AFP na Costa do Marfim e enviado à França para análise, que revelou uma diferença entre o que foi anunciado na embalagem e o conteúdo.
Em Cocovico, um mercado de Abidjan, uma mulher pede para comprar um líquido que "clareia a pele". Uma vendedora tira um lote de dez frascos de dentro de uma pochete e negocia o preço por pouco mais de 40 dólares (quase 200 reais).
Além dos discretos pontos de venda físicos, dezenas de páginas do Facebook da Costa do Marfim, de Camarões, do Senegal e até mesmo da Nigéria divulgam abertamente estas substâncias, prometendo um "clareamento uniforme até a medula óssea".
A administradora de uma loja online localizada em Abidjan, contatada por telefone e que pediu anonimato, afirma vender "produtos importados" do sudeste asiático, da Itália e da Suíça.
Em sua opinião, os líquidos são "de boa qualidade" porque "são medicamentos".
Na realidade, sua composição não tem nenhuma fiscalização, assim como seu método de fabricação. Se fossem medicamentos, seu desvio poderia ter consequências graves.
"Devido aos seus efeitos colaterais, presume-se que sejam corticosteroides", explica Sarah Kourouma, dermatologista do hospital de Treichville, em Abidjan.
Esses potentes anti-inflamatórios geram "despigmentação da pele quando usados por muito tempo e em altas doses", mas também podem causar diabetes e hipertensão, explica.
- Riscos para a saúde -
As mulheres com melhores condições financeiras recorrem a injeções à base de glutationa, um antioxidante natural prescrito para pacientes com câncer ou Parkinson, observa Grace Nkoro, dermatologista do hospital ginecológico-obstétrico de Yaoundé, no Camarões.
Nkoro atendeu vários pacientes com problemas de pele ou que desenvolveram insuficiência renal após "comprar essas injeções na Internet".
O mesmo se pode dizer de Kourouma, em Abidjan, que descreve "mulheres jovens, instruídas, entre 25 e 30 anos" que injetam essas substâncias "todas as semanas, às vezes de dois em dois dias", sem saber exatamente a sua composição.
Elas apresentam "patologias de pele como acne ou manchas pretas muito difíceis de tratar", detalha.
Em Gana, as autoridades emitiram um alerta em outubro de 2021. As injeções de glutationa "representam um risco para a saúde, com efeitos colaterais tóxicos para o fígado, rins e sistema nervoso" e podem causar a "síndrome de Stevens-Johnson" (putrefação da pele).
Outro perigo são as injeções, muitas vezes aplicadas por vendedoras na rua ou nos fundos de uma loja e com risco de transmissão de infecções, incluindo hepatite e HIV.
Embora as autoridades da Costa do Marfim tenham emitido um decreto em 2015 proibindo certos produtos clareadores de pele, como os derivados de corticosteroides, outros derivados de glutationa não estão na lista.
Estes produtos permanecem amplamente acessíveis nos mercados e na Internet. A AFP conseguiu obtê-los ao entrar em contato com uma vendedora de injeções de glutationa nas redes sociais.
Adquirido em Abidjan em um lote de 16 frascos por 125 dólares (618 reais), o produto sugere a presença de glutationa por seu nome ("Glutax 7000000 GM").
As amostras enviadas a Paris para análise no laboratório de toxicologia do hospital Lariboisière mostraram apenas a presença de vitaminas, proteínas e açúcar, mas nenhuma glutationa.
- Padrões estéticos coloniais -
Diante do que parece ser um golpe, a AFP procurou o fabricante. Em seu site, a Dermedical Skin Sciences afirma ter um laboratório na Itália. No endereço indicado em Milão, o Google Maps localiza um campo de golfe e uma piscina municipal.
O telefonema, para um prefixo de Gênova – a 150 km de distância -, foi atendido por uma voz feminina que dizia ser um número residencial.
Não existe nenhuma empresa registrada com o nome "Dermedical Skin Sciences" no registro comercial italiano.
Contatado pela AFP, um comerciante marfinense que vende o mesmo produto da marca "Glutax" afirmou ter estabelecido uma relação com um "atacadista de Manila", capital das Filipinas, muito longe da Itália.
No Google Maps, a empresa "Glutax" aparece em Manila e acumula mais de 120 avaliações de clientes.
Esse país abriga um grande número de atacadistas e revendedores que abastecem principalmente os mercados africanos, embora com produtos injetáveis à base de glutationa que são proibidos nas Filipinas.
Apesar dos golpes, das proibições e dos riscos para a saúde, muitas mulheres na Ásia e na África recorrem a estas injeções de "clareamento", que correspondem a padrões estéticos "herdados do período colonial", analisa a pesquisadora do Instituto Nórdico da África, Shingirai Mtero.
A OMS estima que o clareamento da pele, apesar das advertências, seja generalizado na África, e afeta até 75% da população da Nigéria.
"Os países africanos saíram da colonização, mas não se emanciparam dos preconceitos que lhes foram impostos", destaca Mtero.
I.Stoeckli--VB