
-
Histórica mesquita espanhola de Córdoba reabre após incêndio
-
Ucrânia não cederá seu território, diz Zelensky após anúncio de reunião Trump-Putin
-
Nagasaki relembra 80 anos da bomba atômica com repicar de sino icônico
-
Minuto de silêncio em Nagasaki lembra 80 anos do lançamento da bomba atômica
-
Petro anuncia conversas de paz com maior grupo narco da Colômbia
-
Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto no Alasca
-
Mesquita-Catedral de Córdoba está 'a salvo' após incêndio
-
EUA cancelou contratos para vacinas com base em afirmações falsas, dizem pesquisadores
-
Trump se reunirá com Putin em 15 de agosto e menciona "troca de territórios"
-
Nova função do Instagram que compartilha localização deixa usuários em alerta
-
Trump diz ter reconciliado 'para sempre' Armênia e Azerbaijão
-
Departamento de Justiça dos EUA investiga procuradora-geral de Nova York
-
Lula veta parcialmente lei sobre licenciamento criticada por ambientalistas
-
Astronauta americano Jim Lovell, comandante da Apollo 13, morre aos 97 anos
-
Real Madrid renova com atacante Gonzalo García até 2030
-
Trump ordena que Exército combata cartéis da América Latina
-
Ucrânia presta última homenagem a jornalista que morreu presa na Rússia
-
Botafogo anuncia contratação do goleiro Neto
-
EUA diz que 'mais de um milhão' de migrantes deixaram o país por conta própria
-
Ter Stegen se diz 'disposto a colaborar' com o Barça após processo disciplinar
-
Comunidade internacional condena plano de Israel de controlar Cidade de Gaza
-
Bayern muda enfoque de patrocínio com Ruanda para plano esportivo
-
Alemanha suspende exportações de armas a Israel para uso em Gaza
-
Mboko e Osaka, finalistas em Montreal, desistem do WTA 1000 de Cincinnati
-
Putin conversa com principais aliados antes de possível encontro com Trump
-
Trump teme que justiça proíba suas tarifas
-
Tarifa aduaneira média dos EUA sobe para 20,1%, como no início da década de 1910
-
Primeiro-ministro indiano Modi teve 'boa' conversa com seu 'amigo' Putin
-
França vive nova onda de calor com temperaturas de até 41ºC
-
México não tem provas de conexão de Nicolás Maduro com cartel de Sinaloa
-
Trump preside assinatura de acordo entre Armênia e Azerbaijão
-
PSG chega a acordo com Lille para contratar goleiro Lucas Chevalier
-
'Nenhuma esperança': moscovitas são céticos ante possível encontro Putin-Trump
-
Lewandowski sofre lesão na coxa e é dúvida no Barça para início da temporada
-
Veja o que se sabe sobre o possível encontro entre Trump e Putin
-
Brasil expressa 'profunda indignação' à Embaixada dos EUA por pressões a Moraes
-
Reações internacionais ao plano de Israel de tomar o controle da Cidade de Gaza
-
Brasil expressa 'profunda indignação' à embaixada dos EUA por ameaças a Moraes
-
Ouro, carta real e indicações ao Nobel: como ganhar favores de Trump
-
Ben Shelton vence Karen Khachanov e é campeão do Masters 1000 de Toronto
-
Trump e Putin concordam em se reunir nos próximos dias
-
EUA aumenta recompensa por captura de Maduro
-
Canadense Victoria Mboko, de 18 anos, é campeã do WTA 1000 de Montreal
-
Trump ordena que universidades apresentem dados raciais para provar imparcialidade em admissões
-
Disney chega a acordo em ação judicial da atriz do universo "Star Wars"
-
U.S. Polo Assn. nomeada a licença esportiva número um
-
A Graid Technology anuncia a disponibilidade global do SupremeRAID(TM) HE (HPC Edition)
-
Trump apresenta dados econômicos alternativos
-
Candidato de direita e um dos favoritos defende "mudança radical" na Bolívia
-
EUA vai abrir centro de detenção em base militar perto do México

Tatuagens de animais: identidade e estigma sob a guerra do narcotráfico no Equador
Suas peles são cobertas por tatuagens de uma fauna singular: leões, tigres e lobos. Marca da lealdade às facções do narcotráfico no Equador e, ao mesmo tempo, um estigma de perseguição aos amantes desavisados desses animais.
Ao estilo das "maras" (gangues) que espalham o terror em El Salvador, as facções equatorianas marcam seus corpos com tinta em homenagem a organizações batizadas com nomes como Los Lobos, Las Águilas, Los Lagartos, Los Tiguerones, ou Los Choneros, uma das mais poderosas, cujo líder se identifica com um leão.
Aliados aos cartéis mexicanos e colombianos, o crescente poder e violência do tráfico de drogas no Equador se manifesta na competição de cerca de 20 grupos antagônicos.
"Prefiro ter sempre a minha tatuagem debaixo da roupa por causa de todo o problema atual que se vive no país, o estigma", diz à AFP, sob anonimato, um jovem com um grande tigre nas costas.
Ele nunca imaginou que fazer uma tatuagem desse animal seria perigoso. "Eles te classificam, te estigmatizam e acham que se você se veste assim (...) você já está naquela gangue", explica o homem.
É assim que acontece em Guayaquil, cidade portuária e centro logístico das gangues de tráfico de drogas no sudoeste do Equador. Lá, os amantes de tatuagens estão sob suspeita tanto de membros das gangues quanto da polícia.
Os artistas trabalham com medo de atender clientes ligados a facções e sofrer vingança de seus rivais. Alguns fecharam suas lojas e agora tatuam em casa.
"O que eu faço é vasculhar todas as redes sociais de quem me escreveu, para ver se a pessoa realmente se qualifica, ou não. Com tanto perigo, eu literalmente tenho que agir igual ao FBI", explica Jean Paolo, tatuador que preferiu não fornecer o sobrenome por medo de represálias.
- "Cultura narco"-
Essas insígnias tatuadas transcendem o corpo e também são instaladas em muros de prisões, bairros humildes e até mesmo em setores de classe média, para delimitar territórios criminosos.
Tropas uniformizadas apagam dos muros os símbolos associados a uma guerra que piora a cada dia no Equador. Entre 2018 e 2022, os homicídios quadruplicaram, atingindo o recorde de 26 a cada 100 mil habitantes.
Durante as operações em áreas violentas, soldados e policiais verificam se há tatuagens sob as roupas dos suspeitos. Também examinam características específicas entre os candidatos a ingressarem nas forças de segurança para evitar potenciais infiltrados.
É uma questão de identidade e lealdade à organização, explica à AFP o coronel Roberto Santamaría, chefe da polícia do bairro Nueva Prosperina, o setor mais violento de Guayaquil.
"A cultura 'narco' faz com que se criem doutrinas e histórias, e esta é uma forma de recrutar menores para colocar na cabeça deles que fazem parte de uma estrutura", afirma.
A moda que exalta o tráfico de drogas é expressa em tatuagens, mas também em músicas que enaltecem a figura do traficante, ostentar gostos excêntricos, como ter animais de estimação exóticos, ou cirurgias estéticas para as esposas dos traficantes.
No seu celular, Santamaría guarda imagens de pessoas tatuadas com fuzis AK 47, lágrimas de tinta preta, mãos postas pedindo perdão e os inevitáveis animais selvagens.Ele reproduz um vídeo arrepiante em que um assassino registra o momento preciso em que atira em um jovem.
"Cada uma dessas organizações tem uma tatuagem especial, por exemplo, Los Tiguerones tatuam um tigre com boina e estrelas que representam a hierarquia" dessa organização, explica Santamaría.
- Sangue e tinta-
No violento sistema carcerário do Equador, uma tatuagem pode ser a diferença entre a vida e a morte. Os confrontos entre facções rivais registraram o massacre de cerca de 460 reclusos desde 2021, alguns desmembrados com facão, decapitados, ou queimados vivos.
Antes de entrar na prisão, os reclusos "se identificam com os símbolos tatuados para não serem colocados em um pavilhão contrário, por exemplo, porque sabem que no momento em que entrarem naquele pavilhão vão morrer", afirma Santamaría.
Com o medo, cresce a necessidade de apagar essas marcas associadas ao narcotráfico. Como se estivessem trabalhando em um manuscrito, os tatuadores conseguem cobrir os "desenhos amaldiçoados" com outros. Os mais ricos vão a clínicas especializadas para removê-los com um sistema a laser.
As facções e suas alianças com outros grupos vêm sofrendo mutações, assim como seus símbolos gráficos tradicionais, segundo fontes consultadas.
Em certos contextos, um "sinal distintivo dessas gangues (…) é a morte certa", diz o tatuador Jean Paolo.
D.Schaer--VB