
-
Conselho de Segurança da ONU se reunirá nesta 6ª feira a pedido da Venezuela
-
Venezuela pede reunião do Conselho de Segurança por mobilização militar dos EUA
-
Marrocos vence Coreia do Sul (2-1) e vai enfrentar EUA nas quartas do Mundial Sub-20
-
Com ciática, LeBron James vai desfalcar Lakers no início da temporada
-
Desafeto de Trump, procuradora-geral de Nova York é indiciada por fraude
-
Quinhentos soldados da Guarda Nacional são mobilizados na cidade americana de Chicago
-
Deschamps: é preciso se adaptar à nova geração para não se tornar um "velho tolo"
-
Secretário de Saúde dos EUA promove teoria infundada sobre circuncisão e autismo
-
Inglaterra vence País de Gales (3-0) em amistoso em Wembley
-
Inflação teve leve alta em setembro no Brasil
-
EUA vence Itália (3-0) e avança às quartas de final do Mundial Sub-20
-
Promotores da Superliga garantem estar em negociações com a Uefa
-
Um bilhete e um sussurro: como Trump soube do acordo sobre Gaza
-
Wall Street fecha em baixa à espera de resultados empresariais
-
Áustria, Dinamarca e Países Baixos goleiam nas Eliminatórias para Copa de 2026
-
Trump diz que 'vai tentar' ir ao Egito para assinatura de acordo sobre Gaza
-
EUA anuncia financiamento de US$ 20 bilhões para Argentina
-
Movimento das flotilhas 'vai seguir', diz ativista Thiago Ávila
-
O plano da ONU para os 60 primeiros dias após o cessar-fogo em Gaza
-
Futebol argentino se despede do técnico do Boca Juniors, Miguel Ángel Russo
-
Execução de homem autista condenado pela morte da filha é suspensa nos EUA
-
"Estou mais tranquilo em Madri" do que em Paris, admite Mbappé
-
Argélia se classifica para Copa do Mundo de 2026
-
Principais pontos da ríspida relação entre governo e indígenas no Equador
-
Djokovic vai enfrentar o surpreendente Vacherot nas semis do Masters 1000 de Xangai
-
Amistosos do Brasil contra Coreia do Sul e Japão são "oportunidade para melhorar", diz Ancelotti
-
Retrato de Mata Hari dos nazistas é descoberto por colecionadores austríacos
-
Monaco demite técnico austríaco Addi Hütter
-
Israel diz que "todas as partes" assinaram 1ª fase do plano de Trump para trégua em Gaza
-
Favoritas vencem e avançam às quartas de final do WTA 1000 de Wuhan
-
Em 'telefonema positivo', Vieira e Rubio combinam se encontrar em breve
-
Merz desafia UE sobre proibição de veículos a combustão até 2035
-
Prata registra maior valor em décadas, em meio à desaceleração da febre do ouro
-
Kate Middleton expressa preocupação com efeito dos smartphones nas relações humanas
-
Amargura, a 'mais profunda inspiração' do Prêmio Nobel de literatura László Krasznahorkai
-
Israel diz que todas as partes assinaram 1ª fase do plano de Trump para cessar-fogo em Gaza
-
Estuprador de Gisèle Pelicot condenado a 10 anos de prisão em julgamento de recurso
-
Trump acusa a mídia de apoiar o grupo de esquerda Antifa
-
Leão XIV elogia jornalismo de agências como 'barreira' contra pós-verdade
-
Nobel de Literatura vai para húngaro Laszlo Krasznahorkai, 'o mestre do apocalipse'
-
Habitantes de Gaza celebram com euforia anúncio de acordo para encerrar a guerra
-
'Eles estão voltando', comemoram israelenses em Tel Aviv após anúncio de acordo em Gaza
-
Papa prioriza amor aos pobres em sua primeira exortação apostólica
-
Nobel de Literatura vai para húngaro Laszlo Krasznahorkai
-
O que se sabe sobre o acordo para cessar-fogo em Gaza
-
Promotoria pede 12 anos de prisão para acusado de estuprar Gisèle Pelicot na França
-
Israel e Hamas concordam com cessar-fogo em Gaza e libertação dos reféns
-
Noruega vence Paraguai na prorrogação (1-0) e pega França nas quartas do Mundial Sub-20
-
Noruega vence Paraguai na prorrogação (1-0) e vai às quartas de final do Mundial Sub-20
-
Venezuela realiza exercícios militares em resposta aos EUA

Três pontos-chave para entender a corrupção voraz que corrói a Guatemala
Bernardo Arévalo nunca teve garantida sua posse no domingo como presidente da Guatemala. Por meses, enfrentou uma ofensiva judicial atribuída à poderosa elite econômica e política do país, com o objetivo de perpetuar a corrupção.
Executada pelo Ministério Público, a ofensiva buscou retirar sua imunidade, conseguiu a suspensão de seu partido, Semilla, e tentou anular os resultados das eleições devido a supostas irregularidades.
Arévalo afirma que foi uma "tentativa golpista" motivada por sua promessa de perseguir os corruptos, com a qual, contra todas as expectativas, venceu confortavelmente no segundo turno em agosto.
Analistas e ativistas humanitários apontam três chaves para entender a magnitude do problema:
- Uma elite "predadora" -
Herdando a oligarquia que surgiu na época colonial, a elite guatemalteca é considerada uma das mais "predadoras" do continente, explicou à AFP Jordán Rodas, ex-procurador de Direitos Humanos, exilado em Washington.
Com 60% de seus 17,8 milhões de habitantes vivendo na pobreza, a Guatemala tem uma das desigualdades "mais altas da América Latina, com uma população desamparada, predominantemente rural e indígena, e empregada no setor informal", indica um relatório do Banco Mundial de outubro.
Segundo um relatório da Oxfam Internacional de 2019, o 1% mais rico da Guatemala "tem os mesmos rendimentos que metade da população".
Na Guatemala, com uma alta concentração de terras férteis em poucas mãos, as famílias mais poderosas, como os Castillo, os Bosch, os Novella e os Herrera, são proprietárias de engenhos, cafezais, cervejarias, imobiliárias e negócios bancários.
"É uma elite predadora, corresponsável pela corrupção desenfreada dos últimos governos e pela migração, pois os salários miseráveis expulsam os guatemaltecos do país", comentou Rodas.
Para essa elite, o Estado não "existe para alcançar o bem comum, mas sim para enriquecer-se, sem saciar sua voracidade", acrescentou o ex-procurador (2017-2022).
"Eles se apoiam entre si porque desejam um Estado que não cobre impostos nem aplique normas trabalhistas ou ambientais", acrescentou Manfredo Marroquín, cofundador da Acción Ciudadana, versão local da Transparência Internacional.
- A "ditadura corporativa" -
Criado em 1957, o Comitê Coordenador de Associações Comerciais, Industriais e Financeiras (Cacif) reúne a cúpula empresarial conservadora. "É o poder real que rege os destinos do país", afirmou à AFP Carmen Aída Ibarra, do movimento cidadão ProJusticia.
Com um Estado enfraquecido pela guerra civil (1960-1996), as elites econômicas, políticas e militares teceram, segundo os analistas, uma teia de corrupção tão extensa que levou a ONU a se envolver diretamente com a Comissão Internacional Contra a Impunidade na Guatemala (Cicig), estabelecida em 2007.
Em 2015, a Cicig e o Ministério Público descobriram uma rede de subornos que envolvia o então presidente Otto Pérez, que teve que renunciar e foi para a prisão, de onde saiu recentemente mediante pagamento de fiança.
Também apontaram partidos políticos por financiamento ilícito nas eleições de 2015, com dinheiro de grandes empresários e do crime organizado, salpicando o sucessor de Pérez, Jimmy Morales.
Os congressistas aprovaram em 2017 reformas buscando blindar os líderes políticos dessas acusações, desencadeando protestos que os forçaram a recuar. Manifestantes chamaram isso de "pacto de corruptos".
"É a conspiração de políticos, funcionários públicos e vários empresários da elite com uma intenção perversa de se perpetuar no poder como uma ditadura corporativa, que não tem nada a ver com o ideológico", disse Rodas.
- O reino da impunidade -
Morales expulsou a Cicig em 2019 e nomeou como nova procuradora-geral Consuelo Porras, que foi ratificada no cargo pelo presidente atual, Alejandro Giammattei, acusado pela anterior Procuradoria em um caso de propina que não avançou.
Porras, sancionada por Washington, que a considera corrupta, é apontada como líder da perseguição penal contra Arévalo.
Com a Cicig fora, explicou à AFP a ex-procuradora Claudia Paz y Paz, exilada na Costa Rica, foram "cooptados" os tribunais, o Ministério Público, o Congresso, o Executivo e a Controladoria, "colocando funcionários que, em aliança com parte da elite econômica”, agem para “garantir a impunidade".
"Colocaram capangas judiciais que fabricam casos contra jornalistas e funcionários que denunciam a corrupção. Eles têm deputados que aprovam leis mediante suborno e procuradores que são a ferramenta da perseguição", afirmou Marroquín.
Segundo Edie Cux, diretor da Acción Ciudadana, "vários desses grupos de poder tradicionais têm até vínculos com o crime organizado".
De 180 países, a Guatemala ocupa o 150º lugar (do menor para o maior) no ranking de corrupção da Transparência Internacional.
Para Marroquín, a "agenda" da elite é "clara": "permanecer em um Estado de total corrupção e impunidade, que é o óleo que lubrifica todo o sistema político e econômico do país".
"É um monstro de mil cabeças", ilustrou Rodas.
H.Weber--VB