
-
Juventus atropela Al Ain (5-0) em sua estreia na Copa do Mundo de Clubes
-
Atlético de Madrid tem jogo de tudo ou nada contra Seattle Sounders na Copa de Clubes
-
Putin afirma que rearmamento da Otan não representa 'ameaça'
-
Salzburg vence Pachuca (2-1) na estreia na Copa de Clubes e lidera grupo do Real Madrid
-
Com Messi confirmado, Inter Miami encara Porto pela 2ª rodada da Copa de Clubes
-
Furacão ganha força ao se aproximar da costa do México
-
'Talvez eu faça, talvez não', diz Trump sobre ataques ao Irã
-
Hernán Crespo é o novo técnico do São Paulo
-
Bolívia pode entrar em default sem novo financiamento, diz presidente Arce à AFP
-
EUA aprova novo tratamento preventivo contra o HIV
-
Los Angeles Lakers será vendido por US$ 10 bilhões
-
Copom eleva Selic em 0,25 ponto percentual, para 15%
-
Real Madrid empata com Al-Hilal (1-1) em sua estreia na Copa de Clubes
-
Botafogo e PSG fazem duelo de campeões e proprietários
-
Ex-ministro e economistas são detidos na Venezuela
-
'O futebol mudará com a união dos grandes clubes', diz presidente do Real Madrid
-
Palmeiras espera afiar a pontaria na Copa de Clubes diante do Al Ahly
-
Jogo de Sabalenka no WTA 500 de Berlim é suspenso por falta de iluminação e umidade
-
'Vamos voltar', promete Cristina Kirchner na Argentina
-
Brasil se declara livre de gripe aviária após foco que afetou exportações
-
Furacão Erick sobe para a categoria 2 no Pacífico mexicano
-
City estreia na Copa de Clubes com vitória sobre o Wydad Casablanca (2-0)
-
Fed mantém juros e rebaixa prognóstico para a economia dos EUA
-
Julgamento de Pelicot se torna peça teatral em Viena como 'homenagem a um ícone' feminista
-
Gennaro Gattuso, um espírito combativo para ressuscitar a 'Azzurra'
-
EUA sanciona 'El Mencho' e outros líderes do cartel Jalisco Nueva Generación
-
Balanço de mortos em ataque russo contra Kiev sobe para 28 pessoas
-
Tsitsipas cai na 2ª rodada do ATP 500 de Halle
-
Khamenei promete seguir lutando e Israel bombardeia instalações nucleares do Irã
-
Museu de Londres oferece acesso 'sob demanda' a milhares de objetos de seu depósito
-
Driussi, do River Plate, sofre lesão no tornozelo e está fora da Copa de Clubes
-
Suprema Corte dos EUA ratifica lei que proíbe transição de gênero para menores
-
Governo argentino autoriza civis a comprar armas semiautomáticas e de assalto
-
Fed deve manter juros ao concluir reunião de política monetária
-
Barcelona anuncia contratação do goleiro Joan García, do Espanyol
-
Rapper do trio norte-irlandês Kneecap, acusado de apoiar o Hezbollah, comparece a tribunal em Londres
-
Julgamento de 'Diddy' Combs, um 'prato cheio' para os influenciadores digitais
-
Princesa Kate cancela presença no Royal Ascot
-
'Argentina com Cristina', apoiadores de Kirchner protestam contra sua condenação
-
Galáxia colorida permite estudar melhor seus segredos
-
Khamenei promete seguir lutando; Israel bombardeia instalações nucleares do Irã
-
Sonho dos táxis voadores continua vivo apesar dos contratempos
-
'Salvador do euro', Mario Draghi, vence Prêmio Princesa das Astúrias de Cooperação Internacional
-
China minimizou teste de míssil com capacidade nuclear, segundo notas diplomáticas neozelandesas
-
Israel bombardeia áreas nucleares do Irã; Khamenei desafia Trump
-
Rússia não tem chance contra uma Otan unida, diz chefe da diplomacia europeia
-
OpenAI diz que Meta ofereceu bônus de US$ 100 milhões para recrutar seus funcionários
-
Nova Zelândia aprova uso medicinal de 'cogumelos mágicos'
-
Ataque israelense provoca 30 mortes em Gaza, anuncia Defesa Civil
-
Israel e Irã prosseguem com ataques; Trump quer 'rendição incondicional' de Teerã

Tribunais e floresta, as duas frentes de batalha contra a mineração na Amazônia equatoriana
Sentadas ao lado de uma fogueira, mulheres kichwas relembram o dia que enfrentaram, há três anos, garimpeiros de ouro ao longo do rio Jatunyacu, na Amazônia do Equador. Desde então, além da floresta, travam também uma batalha nos tribunais contra o efeito devastador da exploração.
"Fizemos nossas próprias lanças com paus e viemos correndo para ver o que estava acontecendo", relata uma das integrantes da guarda indígena Yuturi Warmi durante o ritual chamado "wayusa upina", celebrado durante a madrugada na comunidade de Serena, na província de Napo (norte).
Acompanhada de outras mulheres, reunidas para interpretar sonhos como parte da cerimônia, conta que há 18 meses os garimpeiros ilegais chegaram oferecendo dinheiro ao então líder da comunidade em troca de permissão para explorar suas terras.
"Só mortos vamos deixar as empresas de mineração entrarem" ou os ilegais, afirmou a mulher a jornalistas, pedindo para preservar sua identidade por segurança.
Apesar de Serena ter resistido à mineração, rio abaixo a história é outra. A Defensoria do Povo de Napo já identificou mais de 30 frentes de exploração nas margens do Jatunyacu, local também de turismo de aventura por suas correntes rápidas e paisagens.
Ao longo de 21 km do rio, vários clarões interrompem a densa vegetação, enquanto as escavadeiras continuam sua devastação.
À espera da decisão da Corte Constitucional sobre uma ação extraordinária com a qual os indígenas pretendem conter a mineração na província, reverter as concessões e diminuir o desmatamento, a exploração de ouro continua espantando os turistas.
O ruído do maquinário e da destruição são um pesadelo para os habitantes de Shandia, uma pequena comunidade que vive do turismo.
"Ninguém mais quer pagar dois ou três dólares para ver um cemitério de mineração ilegal", explica Andrés Rojas, delegado provincial da Defensoria do Povo.
"O som é horrível, a terra treme, à noite é pior (...) Tememos quando os turistas vêm porque ao ouvirem isso não vão querer voltar", comenta à AFP Graciela Grefa, artesã de 64 anos.
- Batalha legal -
A devastação se agravou em 2020. "A mineração em Napo ocorre há 25 ou 30 anos, mas saber que uma só empresa tinha 7.125 hectares assustou a comunidade", disse Rojas.
As terras em torno do Jatunyacu, em sua maioria, foram concedidas à empresa de capital chinês Terraearth, alvo de uma ação judicial que chegou à Corte Constitucional. A Defensoria e organizações sociais acusam a companhia de contaminar três rios e de se esquivar da consulta prévia às comunidades indígenas.
Os habitantes de Napo enfrentam ainda máfias de mineração ilegal, às quais denunciam serem aliadas da empresa e subornarem as comunidades para explorarem suas terras.
Terraearth se apresenta em suas redes sociais como uma empresa "responsável com o meio ambiente" e que "contribui com o reflorestamento das áreas devastadas pelos ilegais".
Yutzupino foi foco da exploração irregular em Napo. Até dezembro de 2022, havia 125 hectares ocupados para extração de ouro, o que equivale a 88 campos de futebol, segundo a Fundação Ecociência que realiza um monitoramento por satélite da Amazônia.
A área continuou crescente até que, em fevereiro de 2023, uma operação policial apreendeu 148 escavadeiras em uma área de 180 hectares.
Sebastián Araujo, acadêmico de Geociências da Universidade Regional Ikiam, explica que os níveis de cobre, chumbo e cromo, "altamente contaminantes", "estão em um limite muito superior aos permitidos" em Yutzupino devido à mineração ilegal.
- "Cemitério" mineral -
Em uma região de pouca presença estatal e muita pobreza, os moradores locais pagam um dólar para acessar as zonas de exploração e raspar um pouco de ouro, que lavam em suas panelas, uma atividade sem impacto ambiental que realizam há décadas.
"Eles entravam nessas crateras abertas pelas escavadeiras para garimpar as migalhas deixadas pela perfuração", explica Rojas.
Alba Aguinaga, socióloga da Ikiam, indicam que após a incursão de garimpeiros ilegais, os artesanais ficaram com o estigma de supostamente apoiar essas mafias.
"Se não têm trabalho, se têm condições financeiras difíceis, não sobram muitas opções do que sucumbir a uma baixa remuneração em troca de mão de obra ilegal", afirma.
Além disso, "não há uma política pública que responda à sobrevivência" das comunidades e dos garimpeiros artesanais, acrescenta Aguinaga.
"A capacidade de reação operacional do Estado é insuficiente frente à organização dos garimpeiros ilegais", lamenta Rojas.
F.Müller--BTB