-
Shelton avança às quartas do Masters 1000 de Paris e se garante no ATP Finals
-
Especialistas da ONU exigem que Nicarágua responda por 'crimes de lesa-humanidade'
-
PCC é alvo de operação contra lavagem de dinheiro em Campinas
-
Crise do carro elétrico e tarifas derrubam lucros da Volkswagen
-
Com inflação sob controle, BCE mantém taxas de juros inalteradas
-
Um Donald Trump 'não intervencionista' busca impor sua lei na América Latina
-
Caribe se recupera do pior furacão em quase um século, agora rumo às Bahamas
-
Cinco novos detidos na França pelo roubo no Louvre
-
Arábia Saudita rejeitou oferta de Messi para jogar em seu campeonato antes da Copa de 2026
-
Desafiado por Putin, Trump ordena retomada dos testes de armas nucleares
-
COI desiste de organizar primeiros Jogos Olímpicos de eSports na Arábia Saudita
-
Real Madrid e promotor da Superliga pretendem pedir € 4 bilhões à Uefa
-
Sánchez enfrenta interrogatório tenso no Senado espanhol por escândalo de corrupção
-
Ministro da Justiça da França visita Sarkozy na prisão
-
Trump e Xi concordam em reduzir a disputa comercial EUA-China
-
Polícia francesa anuncia mais cinco detenções por roubo no Louvre
-
China enviará seu astronauta mais jovem em missão espacial
-
ONU pede fim do conflito no Sudão após massacre em hospital
-
Centristas e extrema direita praticamente empatados nas eleições legislativas dos Países Baixos
-
Flamengo segura empate com Racing (0-0) e vai à final da Libertadores
-
Trump ordena retomada de testes nucleares nos EUA
-
Novo ataque dos EUA contra 'narcolancha' no Pacífico deixa 4 mortos
-
Trump e Xi se reúnem em busca de trégua na guerra comercial
-
Venezuela realiza operações antidrogas e intercepta três aviões
-
Familiares de dois trinitinos supostamente falecidos em ataque dos EUA interpelam autoridades
-
Liverpool cai diante do Crystal Palace na Copa da Liga e agrava crise
-
Com 2 de Kane, Bayern goleia Colônia (4-1) e vai às oitavas da Copa da Alemanha
-
Rio conta seus mortos após operação policial mais letal da história do Brasil
-
'Degolaram meu filho', diz mãe de jovem morto em operação policial no Rio
-
PSG só empata com Lorient e perde Doué lesionado, mas segue líder
-
Partido de centro lidera boca de urna nas eleições legislativas dos Países Baixos
-
Roma segue ritmo do Napoli; Juventus vence sem Tudor
-
Israel faz novo ataque em Gaza após noite mais letal desde cessar-fogo
-
Veja o que se sabe sobre a operação policial que deixou mais de 100 mortos no Rio
-
Dois homens detidos pelo roubo no Louvre admitem parcialmente os fatos
-
Fed corta taxa de juros dos EUA em 0,25 ponto percentual pela segunda vez em 2025
-
Milão-Cortina promete Jogos Olímpicos de Inverno 'inesquecíveis'
-
Assembleia Geral da ONU pede fim do embargo dos EUA contra Cuba, mas com menos votos
-
Israel ataca outro alvo em Gaza após noite mais letal desde o cessar-fogo
-
OMS denuncia massacre com mais de 460 mortos em hospital do Sudão
-
França aprova lei que define estupro como todo ato sexual sem consentimento
-
Sinner estreia no Masters 1000 de Paris com vitória; Zverev também avança
-
Nvidia é a primeira empresa a ultrapassar os US$ 5 trilhões em valor de mercado
-
OMC autoriza UE a impor sanções aos EUA por azeitonas espanholas
-
Character.AI proibirá que menores conversem com IA após suicídio de adolescente
-
Milei busca acelerar reformas após vitória em legislativas na Argentina
-
Assembleia Geral da ONU pede fim do bloqueio dos EUA contra Cuba, embora com menos votos
-
Rio conta seus mortos após a operação policial mais letal da história do Brasil
-
Dois homens detidos pelo roubo no Louvre admitem parcialmente fatos
-
Cinco membros do maior cartel da Colômbia são mortos em combates com militares
Desertificação na Espanha acelera avanço das terras inóspitas
As frequentes secas e a superexploração industrial, ou agrícola, na Espanha fazem temer uma extensão irreversível de "terras estéreis" - áridas, desprovidas de microrganismos e de vida -, capazes de transformar a "horta da Europa" em um território inóspito.
"Aqui era um bosque de azinheiras (...) Agora o que nos resta é uma paisagem estática", conta Gabriel del Barrio, pesquisador da Estação Experimental de Zonas Áridas (Eeza) de Almeria, na Andaluzia.
O especialista em desertificação observa diariamente a degradação da paisagem desta região meridional, com algum receio.
"A Espanha não vai se tornar um deserto com dunas como no Saara, é morfologicamente impossível", explicou. No entanto, a desertificação, marcada pela "degradação do solo", que vai perdendo sua "capacidade produtiva", é algo "preocupante".
Entre os causadores deste fenômeno, estão o aquecimento global, que provoca um aumento da temperatura que favorece a evaporação da água e a proliferação de incêndios devastadores, e também a atividade humana - a agricultura intensiva, em particular.
Apesar do seu clima extremamente seco, a província de Almeria se transformou, ao longo dos anos, na "despensa da Europa", com o desenvolvimento de enormes cultivos em estufa: uma área conhecida como o "mar de plástico", de onde milhares de toneladas de tomates, pimentões, abobrinhas e pepinos saem tanto no inverno quanto no verão.
Mas esses 40.000 hectares, irrigados com águas subterrâneas milenares, agravam o problema, "esgotando os aquíferos", destaca Gabriel del Barrio.
- "Situação complicada" -
Embora extrema, a situação não é uma exceção na Espanha.
De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, 75% do território espanhol está, atualmente, sujeito a um clima que pode levar à desertificação. Isso faz da Espanha o país europeu mais afetado por esse problema.
"Isso nos coloca em uma situação complicada, em que a combinação de temperaturas extremas, secas e outros fatores agrava o risco de erosão, a perda de qualidade do solo", alertou em julho a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera.
O Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC, na sigla em espanhol), ao qual o Eeza é subordinado, afirma que a degradação ativa dos solos triplicou nos últimos dez anos. Esse fenômeno é ainda mais problemático, porque, com frequência, é "irreversível para a escala humana", insistiu o órgão.
Para a Espanha, que fez da agricultura um pilar da sua economia, com exportações no valor de quase 60 bilhões de euros por ano (R$ 313 bilhões na cotação atual), esta situação – caracterizada pela incapacidade dos solos de reter água e matéria orgânica – é motivo de preocupação.
"A erosão do solo é, agora, o principal problema para a maioria dos agricultores na Espanha", estimou a União de Pequenos Agricultores (UPA), que adverte que esta situação "grave" pode ter um "custo econômico" significativo.
- "Trabalho de longo prazo" -
Na Andaluzia, a situação levou algumas pessoas a porem mãos à obra.
"Temos que agir da forma que pudermos, sempre que possível", e não "dar chance ao azar", diz Juan Antonio Merlos, proprietário de uma fazenda de amêndoas de 100 hectares nas colinas de Vélez-Blanco, ao norte de Almeria.
Junto com um punhado de agricultores da associação AlVelAl, o homem de 40 anos introduziu novas práticas "regenerativas" desde que assumiu a fazenda de seus pais há três anos, agora convertida em agricultura ecológica. O objetivo é "frear a erosão" na região.
Essas práticas incluem o uso de esterco em vez de fertilizantes químicos, o abandono de pesticidas "matadores de insetos", o uso limitado do arado, "que prejudica o solo", e o uso de coberturas vegetais compostas de cereais e leguminosas para conservar a umidade do solo quando as chuvas são escassas.
"É um trabalho de longo prazo" baseado em técnicas "conhecidas há muito tempo", explica Juan Antonio Merlos, enquanto examina os ramos de cevada plantados ao pé de suas amendoeiras.
Mas isso não o impede de ser otimista. "Em tese, leva sete anos para ver os resultados da agricultura regenerativa. Mas já começo a notar a diferença no comportamento do solo e dos insetos", garante.
Além de adotar novas práticas, associações ambientalistas também reivindicam uma mudança de modelo, com redução de áreas irrigadas e uso de cultivos que consumam menos água.
"Temos que adaptar nossas demandas aos recursos hídricos realmente disponíveis”, insiste o Fundo Mundial para a Natureza (WWF, na sigla em inglês).
Essa análise é compartilhada pelo especialista Gabriel del Barrio. "Precisamos administrar o solo de uma forma que seja o mais sustentável possível", para evitar encontrar terras "sem vida", concluiu.
K.Brown--BTB