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Medo persiste em antigo reduto de gangues em El Salvador
Esperanza Martínez teve três familiares mortos e viu muitos cadáveres em seu bairro, um antigo reduto da Mara Salvatrucha (MS-13) em El Salvador. Embora viva com mais tranquilidade há algum tempo, não confia nos criminosos: "Sempre estão lá, escondidos, mas estão lá", diz à AFP.
Ao pé da colina de San Marcos, 5 quilômetros ao sul da capital, a colônia 10 de Outubro, assim como outros antigos redutos dos maras, se transformou três anos depois que o presidente Nayib Bukele iniciou sua guerra contra os gangues.
É hora do almoço e há uma agitação nas barracas de verduras, um motociclista entrega um fast food e uma mulher anuncia bebidas, sentada na traseira de uma caminhonete. Um cenário comum, mas impensável na época em que ninguém de fora podia entrar nos vastos territórios controlados pela MS-13 e sua rival, a Barrio 18, que aterrorizaram o país por três décadas e o tornaram um dos mais violentos do mundo.
"Muitos entravam e não saíam. Vi cadáveres ali mesmo, baleados ou cortados em pedaços. Há um cemitério clandestino lá em cima", diz Martínez, apontando para a colina a partir dos degraus de uma das ruas estreitas do bairro.
Ela viveu lá por 34 de seus 65 anos. "A ordem era ver, ouvir e ficar quieto", conta ela, sem mostrar o rosto para a câmera.
Sua sobrinha de 12 anos foi morta por não se juntar à gangue, sua mãe por defendê-la e o marido de sua irmã por não pagar uma extorsão. Uma de suas três filhas emigrou para os Estados Unidos aos 17 anos de idade, ameaçada de morte.
- "Até o último terrorista" -
Seu bairro é famoso por ter sido controlado por Élmer Canales Rivera, um líder de alto escalão da MS-13 que, de acordo com o jornal digital El Faro, foi libertado da prisão por Bukele em um pacto que tinha com os maras antes de iniciar a guerra contra eles. Mais tarde, foi preso no México e aguarda julgamento em Nova York.
O colônia de 10 de Outubro é uma das 11 comunidades que Bukele cercou militarmente após impor um regime de exceção em março de 2022, que deixou 87.000 pessoas detidas sem mandados ou ordem judicial.
"Vamos extrair até o último terrorista escondido", prometeu o presidente recentemente ao cercar Ilopango, a leste de San Salvador, com 2.000 soldados e policiais. De acordo com "relatórios de inteligência", membros de gangues estão tentando se "reorganizar" nesta localidade.
Embora estejam "contidos" e possam ser "reativados", com este cerco o presidente procuraria manter o "protagonismo público", opina José Miguel Cruz, especialista em gangues e professor da Universidade Internacional da Flórida.
Para o diretor da ONG humanitária Cristosal, Noah Bullock, Bukele quer preservar sua "imagem pública" de homem forte com "poder repressivo", sem atacar a pobreza e a exclusão social que deram origem aos maras.
Com sua ofensiva contra as gangues, que reduziu a violência a níveis historicamente baixos, o mandatário é muito popular, mas as organizações de direitos humanos criticam fortemente seu regime de exceção.
A Anistia Internacional e ONGs locais, como Cristosal e Socorro Jurídico, denunciam prisões arbitrárias, tortura e a morte de cerca de 400 presos, além de milhares de pessoas inocentes presas. É sobre isso que eles se recusam a falar na colônia 10 de Outubro.
"Não devemos nos descuidar. Hoje temos um pouco de paz, mas há remanescentes escondidos nas colinas", diz Carlos Sánchez, um lavador de carros de 48 anos.
Declarado terrorista pelos Estados Unidos, o MS-13 e a Barrio 18 controlavam 85% do território nacional, viviam de extorsão e drogas e mataram cerca de 200.000 pessoas em três décadas, segundo Bukele.
"Uma vez eles esfaquearam um menino até a morte em um micro-ônibus. Eles queriam matar minhas duas filhas por não colaborarem. Muitos fizeram isso por medo. Eles pegavam as crianças como 'postos' (vigilantes)", descreve Sánchez.
No dia 10 de outubro, qualquer um que se questiona olha para todos os lados. "Você não sabe de onde pode vir o golpe", diz Martínez.
S.Spengler--VB